segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Nada a declarar


Nada eu tenho,

nada é meu.

Nada a perder.

Quando eu cheguei já existia,

e quando eu me for continuará.

Sem relevância, assim vivo,

como uma passagem apenas.

Sem apego.

Porque nada há para se desapegar,

nem a mim mesmo,

pois não me pertenço.

Sou apenas um emprestimo,

uma locação espacial,

para que meu nada imaterial permaneça uns dias por aí.

E quando meu tempo terminar,

entrego como soldo minhas experiências à terra

e como juros minhas memórias aos vermes.

Retornando por fim, ao esquecimento de onde vim.

-Bira-

3 comentários:

Adriano disse...

O mundo estava no rosto da amada -

O mundo estava no rosto da amada -
e logo converteu-se em nada, em
mundo fora do alcance, mundo-além.

Por que não o bebi quando o encontrei
no rosto amado, um mundo à mão, ali,
aroma em minha boca, eu só seu rei?

Ah, eu bebi. Com que sede eu bebi.
Mas eu também estava pleno de
mundo e, bebendo, eu mesmo transbordei

Adriano disse...

Ouço um grito de liberdade ao crepúsculo.
As sombras vem afagar meu coração compartido...
A escuridão forra a cama onde deitarei minha mente já tão fatigada....
Bem-vindos...
Sentem-se...
Falaremos de coisas tolas...
Sentiremos como cana no campo...
Sozinhos, rodeados por iguais...
Não há nada mais angustiante que fitar a fumaça do último cigarro da noite...
AAAh o dia... Porque sempre insiste em nascer...
Hoje a noite poderia durar um momento de eternidade...
Me levando para onde eu realmente sempre quis estar...
Com quem eu sempre...
Sendo quem eu sempre...
Destas coisas já não sei...
Talvez nunca soube...

Unknown disse...

amigo...cada dia que passa eu me orgulho mais de vc!!!! AMEI tudo oq vc escreveu!!! ;**