domingo, 16 de dezembro de 2007

A gota





A gota.

Caiu a gota,

voou pelo céu.

Que momento!

Não está frio, nem nublado.

Não vai chover, mas a gota caiu.

Será isso possível?

Alguém acreditaria?

Seria isso ao menos relevante?

A gota fez historia,

viajou sozinha, mergulhou de cabeça.

Abandonou sua antiga vida,

deixou os seus,

deixou as nuvens.

E foi ter o seu momento.

Nunca mais ouvi falar dela.

Alguns dizem que se perdeu no meio do caminho.

Outros dizem que colidiu com uma pedra.

Não sei mesmo.

Mas prefiro pensar,

que ela encontrou um oceano.

- Bira -

A chave mágica


Um conceito abstrato, não delimitado, sem fronteiras ou horizontes. Uma pequena amostra de uma existência superior que está tão perto e tão além. O objeto que nos conecta com o infinito, e que não sabemos onde está guardado, nem como podemos abrigar dentro de nós. Como pudemos conte-lo? Como não fomos ainda dissolvidos por está energia? Ou como, ainda, não explodirmos em um milhão de possibilidades. O transcendental, o metafísico, o extremo radical, concedeu-nos um ínfimo de sua propriedade e estamos a ponto de enlouquecer com isso. Mergulhados no irreal e no vazio. Deprimidos. Com medo. Definhando como a vela que não consegue conter a sua chama. Por isso morremos? Porque isso nos consome aos poucos? Talvez este tenha sido o preço de andarmos com um pedaço do imortal dentro de nós: a morte, o fim. Somos sugados, nossa energia, nossa vida, afim de andarmos na claridade. O farol que nos impele para frente, para o futuro, é o mesmo que extingue nossos corpos. Toda dádiva tem seu preço. Então, considere isto. Faça uso enquanto você pode. Viaje, transcenda, toque o surreal. Volte ao passado, construa presentes, destrua futuros. Viva historias. Desenvolva. Porque você tem a chave mágica para abrir seus olhos, seus caminhos. Você tem o pensamento.

- Bira -

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007






Não entendo,
e não entenderia em um milhão de anos.
Não quero dizer que é complexo,
mas simples definitivamente não é.
“Querer”, o complexamente simples “Querer”.
Observe e vais entender o que quero dizer:

Eu quero; acho que quero; tenho certeza que quero; será que eu quero?; e se eu quiser?; e se eu Quiser!; Querer?; talvez eu queira, talvez não; não quero mais; ainda quero; eu realmente queria; sei que não quero mais; já quis; vou querer?; vou querer!; Eu não quero.

Sabe o que é isso que você acabou de ler? Apenas uma questão de tempo. Perceba então que mesmo que você escolha aquilo que quer, vais ter de ralar muito ainda para continuar querendo. Pois se há uma verdade que entendo é que o “Querer” muda constantemente de lugar ou de querer. Então, boa sorte, e com alguma sorte você continuará a querer o que você já tem.


- Bira -

domingo, 9 de dezembro de 2007

um homem forte é aquele que resiste a suas fraquezas; uma alma forte é aquela que sobrevive aos seus conflitos; e um espírito forte é aquele que suporta seus medos...




Ontem me lembrei de quem eu era e de como eu costumava ser forte. Antes fazer escolhas não era tão difícil, nem complicado. Não era multi fatorial. Existia apenas uma vontade pra cada escolha. Naquele tempo eu também era um só, e não muitos como sou hoje. Meu único conflito era se valia apena apanhar dos meus pais, e quase sempre valia. Mas quanto a isso, só me entrava nas reflexões no caminho de volta para casa, depois de concluído meu intento. Eita tempo! Em que as conseqüências vinham somente depois e não antes como é hoje. Medimos tanto, calculamos em demasia, sofremos por antecipação e então desistimos de ir em frente, aliás, de começar a ir. Como me arrisquei tanto no passado e como sobrevivi? Como sobrevivo a mim mesmo hoje, estático? Será que a vida já nos encurralou até que nossos dias se desgastem e morramos? Somos adultos. Temos responsabilidades. Somos sólidas estátuas de barro que não se mexem nem resistem ao tempo.

- Bira -